terça-feira, 26 de junho de 2012

Escrava ou Submissa, o que você é?


“ ESCRAVIDÃO é a prática social em que um ser humano designado proprietário, tem direitos de propriedade sobre outro designado por escravo, ao qual é imposta tal condição por meio da força. O dono ou proprietário pode comprar, vender, dar ou trocar por uma dívida, sem que o escravo possa exercer qualquer direito e objeção pessoal ou legal.
SUBMISSÃO significa estar disposto a fazer a vontade de outra pessoa, mesmo que esta vontade vá contra os nossos próprios desejos e interesses. Ser submisso exige muita humildade, pois significa reconhecer a autoridade de outra pessoa. A etimologia da palavra -seu sentido ORIGINAL- é "estar abaixo da missão" de outra pessoa, tem a ver apenas com obediência inquestionável.”

Escrava
Para ter uma escrava, o Dominador tem que conquistar sua servidão, e depois dominá-la. Neste relacionamento, não há negociação, e muito menos safe-word. Após a posse, a escrava fica totalmente entregue aos prazeres e ordens do Dono, e 24 horas disponíveis para o Dono. (Dificilmente uma mulher compromissada, é escrava. Normalmente ela é submissa.).
Uma escrava não precisa necessariamente ser masoquista.
Esta relação é mais intensa, a pressão é maior, e a entrega é total e plena.
Deve-se ter o maior cuidado para quem a escrava se entrega porque o Dono terá controle total da relação, inclusive as práticas das sessões, onde Ele controla os limites da escrava.
Para dominar uma escrava, o Dono tem que ter total auto controle, equilíbrio, bom senso e força. Tem que saber mandar, ter objetivo do que quer e sentir prazer.
A escrava serve porque lhe dá alegria e felicidade, em ver o Dono feliz.


Submissa
Para ter uma submissa, o Dono a seduz, conquista e depois domina. É feita a negociação antes da posse, existe a safe-word, e questiona algumas ordens. Não tem necessidade de estar 24 horas disponíveis ao Dono. Normalmente existem mais submissas que escravas.
Uma submissa pode vir a ser com o tempo uma escrava, ou nunca chega a ser uma!
Submissa questiona ordens, faz questão de falar do seu amor ao Dono.
Mesmo com negociação e safe-word, a submissa também deve ter cuidado em selecionar seu Dono, uma vez, que temos atualmente os Dominadores e os “mandadores”. (falaremos mais tarde sobre os mandadores).
A submissa serve para agradar o Dono.

Escrava ou Submissa, o que você é?

*texto de vani{MESTRE LEON}

sexta-feira, 22 de junho de 2012

SAFEWORD



Safewords


Safeword” – Palavra de segurança, previamente combinada entre as partes envolvidas numa actividade BDSM, para indicar que se atingiu determinado tipo de limite, físico ou psicológico, ou que alguma coisa não está bem, como por exemplo cãibras, tonturas, dificuldade na respiração, etc., ou simplesmente que não se está a ter prazer e se quer parar. Esta palavra é geralmente usada pelo “bottom”, mas pode igualmente ser usada pelo “Top”. O uso da “safeword” não é sinal de fraqueza e deve ser usada e respeitada, sem qualquer tipo de julgamento ou ressentimento.
As “safewords” são, como é óbvio, de escolha pessoal e devem ser fáceis de memorizar e ser sempre relembradas antes de encetar qualquer actividade. No fundo são uma forma simples e fácil de comunicar. Para evitar confusões, desentendimentos ou atrapalhações não devem ser escolhidas “safewords” diferentes cada vez que se faz uma sessão ou se muda de parceiro. Palavras ou expressões, como “pára” ou “não”, passíveis de “escaparem” inadvertidamente durante uma sessão BDSM, ou muitas vezes usadas em “jogos” de resistência (“resistance play”), onde essas expressões não significam parar, não devem ser utilizadas. A safeword reconhecida universalmente é “Safeword”. Há quem prefira usar um sistema de “safewords” mais completo, como “Vermelho”, “Amarelo” e “Verde”, para sinalizar parar, abrandar (chamar a atenção para algo que esteja a incomodar, como uma corda, ou mudar o local da estimulação) e avançar (ou aumentar a intensidade), respectivamente.
O facto de existirem “safewords” não significa uma delegação da responsabilidade no “bottom” e tem de existir uma atenção permanente por parte do “Top” aos sinais que possam denunciar que alguma coisa não está bem, como a respiração, contracções musculares, etc. Certas práticas, física e/ou psicologicamente mais intensas, podem conduzir a um estado de êxtase – “subspace”, em que o indivíduo perde a sensibilidade à dor e em certa medida a consciência, devido à produção excessiva de endorfinas. Nestes casos, não existe normalmente a coerência necessária para proferir a “safeword”, aumentando o risco de eventuais danos. A monitorização constante do comportamento do “bottom” durante uma sessão mais intensa é fundamental para que se possa identificar a situação e parar imediatamente.
Em determinadas situações em que não é possível falar, como o uso de mordaças, máscaras ou outros objectos de inserção oral, a “safeword” deverá ser substituída por um sinal ou gesto de segurança – “safesign”, como levantar uma mão, agitar a cabeça, ou deixar cair um objecto da mão, por exemplo.
As “safewords” e “safesigns” podem gerar um sentimento de segurança e consensualidade, mas de nada servem ao “bottom”, particularmente se estes estiverem total ou parcialmente imobilizados, na presença de um “top” que não seja íntegro, sério e respeitador. O não respeitar uma “safeword” é sinónimo de quebrar a Consensualidade, deixando de ser BDSM para passar a ser abuso/violência, ou seja, crime punível por lei.

terça-feira, 5 de junho de 2012

D/s - Dominação e submissão

D/s (Dominação e submissão)



 
Uma relação de Dominação e submissão, vulgarmente denominada por D/s, é uma relação de troca de poder, considerando-se relações do tipo Dominador /submisso ou Dono/escravo, em função do menor ou maior grau dessa troca.
Dominador em BDSM é alguém que sente prazer no poder que tem em controlar física e psicologicamente uma personalidade submissa. Através da sua forma de dominar, consegue que a pessoa escolhida para interagir com ele, se lhe entregue de corpo, alma e coração de uma forma submissa.
Um Dominador genuíno, sente prazer em compreender, cuidar, proteger, ensinar, guiar, elevar, uma personalidade submissa, nem que para isso tenha de prescindir de alguns dos seus interesses. Tem de ter o discernimento suficiente para saber até onde pode e deve ir, tem de ter um auto controlo elevadíssimo para nunca pôr o bem-estar, físico e psicológico, da pessoa que se lhe entrega em perigo. Tem de respeitar, sempre, os limites impostos pelo submisso, comprometendo-se a agir de forma a esticá-los sem nunca os ultrapassar.
Um Dominador é detentor de características que lhe permitem dominar de maneira eficaz a mente e o físico do seu submisso para que ambos se satisfaçam. Tem a capacidade de desenvolver métodos e atitudes para aumentar o nível de entrega do seu submisso, despoletando-lhe o desejo e a vontade para ele agir, de uma forma gratificante, em conformidade com as suas orientações.
Por vezes confundimos o papel de Dominador com o de "Top". Dominar é muito mais do que utilizar chicotes, fazer sessões, mandar, controlar a prática, vestir de preto ou recorrer sistematicamente a linguagem grosseira. Dominar também é ter atitudes nobres, é saber pedir em vez de mandar, é saber exigir sem intimidar, é saber quando deve castigar e recompensar, é saber reconhecer que o seu submisso não é um ser inferior mas, a metade que o completa.
Submisso, em BDSM, é alguém que sente prazer em receber e cumprir ordens e em se submeter aos gostos e vontades do seu Dominador. Um submisso retira prazer desta transferência de poder e quanto mais prazer sente que o Dominador retira, maior é a sua satisfação.
Cabe ao submisso definir os seus limites e permitir que o Dominador os identifique, dando-lhe o consentimento para ele os trabalhe, com o objectivo de serem superados da forma que o Dominadorconsiderar ser a mais proveitosa para ambos. Cabe ao submisso, ainda, definir a forma como se processará a sua submissão.
Uma relação de Dono e escravo pressupõe uma relação de total troca de poder.
Um submisso que no desenvolvimento e amadurecimento dos seus valores, deseja que a sua entrega seja total, que está disposto a servir o seu Dominador em todas as áreas da sua vida, entregando-se aos seus comandos, aceitando as suas ordens, entregando todos os seus direitos, torna-se escravo. O Dominador ao estar consciente e preparado para esta responsabilidade torna-se Dono.
O prazer do escravo está centrado no serviço que ele presta e à satisfação do seu Dono. Servir o Donopressupõe servidão em todos os aspectos por ele exigido, quer eles sejam sexuais, de acompanhamento pessoal e profissional, em aspectos domésticos, familiares e sociais.
Cabe ao Dono a responsabilidade de ensinar, treinar, guiar, proteger com a finalidade de que o escravo atinja os níveis pretendidos para que ambos se sintam felizes e realizados na relação.
Comummente o Dono exerce autoridade total sobre o seu escravo, considerando-o sua propriedade mas, à luz da consensualidade reserva-lhe o direito deste expressar descontentamento se a relação não estiver a resultar. Nestes casos, o Dono deverá avaliar a situação e, se não estiver ao seu alcance fazer nada para a melhorar, deverá libertá-lo.
Por vezes, a fronteira entre uma relação de Dominador/submisso e Dono/escravo, é muito ténue mas, em jeito de conclusão, podemos admitir que um Dono é sempre Dominador e um escravo é sempre submisso, sendo que o contrário não se aplica.
Numa relação entre um Dominador e um submisso, o poder que transita para o Dominador é aquele que osubmisso está disposto a dar, numa relação entre um Dono e um escravo a extensão do poder é determinada pelo Dono.
Como BDSM é um relacionamento entre adultos que se pretende que seja satisfatório para todos – “Tops”, “bottoms”, Dominadores, submissos, Donos e escravos - convém referir que, independentemente do tipo de relação que se estabeleça, o bem estar físico e psicológico dos intervenientes tem de estar sempre presente.