terça-feira, 27 de março de 2012

Escrava Construida


Sou fruto da tua construção…
Fui feita silenciosamente, dia a dia, com a precisão
da tua Engenharia…
Minha mente e minha lógica, previamente estudadas,
transformaram-se em cálculos e fórmulas de um projeto
a que chamastes de “escrava em construção”
Deletaste a palavra “renúncia” da minha mente. No
lugar dela colocastes “unidade”, porque querias uma
escrava/parceira que nunca perdesse a individualidade.
E nesse momento a primeira regra era escrita:
“Te proíbo de te anulares, te quero pensante.”
Depois era a vez da palavra “adoração” ser
deletada e substituída por “admiração”
E nesse momento aprendi que assim como as
escravas, os Doms também têm limites,
fraquezas e erros.
E escrevestes a segunda regra:
“Não me endeuse, admire-me e respeite-me
como homem, falível e com limitações”
A próxima palavra a ser deletada era
“obediência cega”.
E passastes a escrever a 3a. regra:
“Questione sempre e tudo”.
Que sentido tem o castigo, se quem o recebe
não conhece as razões?
Era chegada a vez da palavra rebeldia. E a ela
destes grande destaque.
E construístes a escrava que se rebela
quando não recebe atenção.
E assim aprendi que falta de atenção e carinho
não são castigos, mas demonstrações
de insegurança e de imaturidade.
E veio então o arremate final. Com a palavra
liberdade, quase a ofuscar todas as outras,
terminavas a minha construção.
E pela primeira vez, questionei e rebelei-me,
como fui programada por ti a reagir.
E com a maestria do Criador… me mostraste então
a personalidade final da tua criatura.
Livre, independente, rebelde, imponente e
guerreira. Incapaz de curvar-se a quem
quer que seja
Diante dessa visão, senti raiva e indignação
pelo resultado da tua construção… e quando tentei
reagir… deparei-me com o seu olhar firme e sereno
a me perguntar “Tem algo para me dizer?
… E de olhos baixos e alma curvada respondi…
“Não, Senhor…”
E com um sorriso vitorioso…assinastes e
destes nome a escrava construída e regida
pelos teus (e hoje nossos) princípios e desejos...
(desconheço o autor)


Nenhum comentário:

Postar um comentário